segunda-feira, 5 de novembro de 2012

O´Neill Coldwater Classic - Brasileiros seguem se destacando





Depois de dois dias parado, o O´Neill Coldwater Classic retornou no domingo para um longo dia de disputas decisivas nas direitas geladas de 3-5 pés em Steamer Lane, Santa Cruz, norte da Califórnia. O paulista Gabriel Medina, 18 anos, o catarinense Alejo Muniz, 22, e o carioca Raoni Monteiro, 30, já passaram para a rodada das duas chances de classificação para as quartas de final, enquanto Adriano de Souza, 25, ainda vai fechar a terceira fase que será completada na segunda-feira nos Estados Unidos.
Na briga pelo caneco de campeão do ASP Tour 2012, Kelly Slater, 40, também avançou para a quarta fase e já adiou a decisão do título para a última etapa da temporada, o Billabong Pipeline Masters em dezembro no Havaí. Só ele vai brigar pela ponta do ranking com o líder Joel Parkinson, 31, na Califórnia. O número 3 do ranking, Mick Fanning, 31, ganhou a maior nota – 9,73 – do O´Neill Coldwater Classic, mas foi eliminado no segundo duelo do dia pelo potiguar Jadson André, 22. Foi só a primeira das sete vitórias brasileiras do domingo em Santa Cruz.
“Eu sabia que ia ser uma bateria difícil”, disse Jadson André, que depois foi barrado por Taj Burrow na abertura da terceira fase. “O Mick (Fanning) estava de olho no título mundial e eu tentando me manter no World Tour. Era uma bateria importante para nós dois. Ele começou com nove e pouco e isso vem acontecendo direto comigo, sempre com eles começando com dez, nove e meio. Tentei manter o foco e sabia que poderia obter a pontuação se tivesse oportunidade de surfar, então foi isso que aconteceu”.
Na terceira bateria, o havaiano John John Florence, quarto do ranking, também perdeu para o australiano Matt Wilkinson e saiu da briga pelo título mundial. Se Parko for finalista em Steamer Lane, também acaba com as chances de Mick Fanning e de Adriano de Souza, que confirmou o favoritismo contra o australiano Adam Melling no quarto confronto da repescagem. Mineirinho agora precisa passar pelo americano Patrick Gudauskas para continuar matematicamente nesta disputa, bem como para se manter no seleto grupo dos top-5 do WCT.
Gabriel Medina (Crédito: Kirstin Scholtz / ASP Images)
Gabriel Medina com seu aéreo matador nas esquerdas de Steamer Lane (Foto: Kirstin Scholtz / ASP)
Quem já ameaça sua posição é Gabriel Medina, que repetiu a dose da sua estreia em Steamer Lane e achou as esquerdas no pointbreak de direitas para mandar seu aéreo reverse matador de frontside. O veterano Taylor Knox, 41 anos, liderou a bateria desde a nota 8,5 da sua primeira onda. Medina já tinha acertado um aéreo em outra esquerda, que valeu nota 7. Mas, o que ele arriscou no último minuto da bateria foi bem mais alto e recebeu 9,53 dos juízes, com um deles dando 10 para a perfeição da manobra do brasileiro. Com esta nota, o placar virou para 16,53 a 14,77 pontos.
“Eu só sabia que precisava de um 7 e pouco”, contou Gabriel Medina. “O tempo estava acabando, mas tive uma última chance e fui para o aéreo, então estou muito feliz por conseguir a nota para vencer. Antes da bateria, estava vendo o mar e entravam algumas esquerdas muito boas, com uma seção no final da onda. O vento está bom para os aéreos, então fui para eles e deu tudo certo, mas tive que correr atrás”.
DERROTA VINGADA – Medina subiu do oitavo para o sexto lugar no Speed Ranking do WCT, atualizado com os resultados do domingo na Califórnia. Ultrapassou Taj Burrow, mesmo com o australiano derrotando Jadson André na bateria que abriu a terceira fase, além de Julian Wilson, que foi eliminado pelo carioca Raoni Monteiro na repescagem. Valeu para vingar a injusta e polêmica derrota de Medina para Julian Wilson na bateria final do WCT de Portugal, com uma nota super valorizada da sua última onda. Desta vez foi ele quem saiu do mar inconformado com o resultado.
Raoni também surfou a melhor onda da bateria para despachar o sul-africano Jordy Smith na terceira fase, logo após a vitória de Gabriel Medina, de virada, sobre Taylor Knox. A nota 7,33 do seu ataque em uma direita que abriu uma longa parede para o carioca usar a força das suas manobras de frontside em Steamer Lane, fez a diferença para a vantagem no placar de 11,10 a 10,23 pontos. Raoni e o catarinense Alejo Muniz vão competir juntos com o número 1 do ranking, Joel Parkinson, na segunda batalha por vagas nas quartas de final.
Raoni Monteiro (Crédito: Sean Rowland / ASP Images)
Raoni já vem sendo chamado de “Matador de Gigantes” (Foto: Sean Rowland / ASP)
“Estou me sentindo bem, feliz e só querendo surfar”, falou Raoni Monteiro. “Estou voltando de uma lesão, passei três meses em casa e só penso em surfar, sem pressão por resultados. Está dando certo porque consegui um bom resultado lá em Portugal (onde derrotou até Kelly Slater na terceira fase) e gosto muito aqui de Santa Cruz, da água fria, então quero mesmo é aproveitar e estou feliz pela classificação”.
DEFENSOR DO TÍTULO – Alejo ganhou o duelo brasileiro da repescagem contra o defensor do título do O´Neill Coldwater Classic, Miguel Pupo. Foi uma das melhores baterias do dia, revivendo os grandes confrontos que os dois já travam desde o Sul-americano Pro Junior da ASP South America e dos tempos de amador pelo Brasil. O catarinense começou bem com notas 6,33 e 8,77 mostrando um frontside afiado nas direitas geladas de Santa Cruz. Pupo também atacou forte de backside e chegou perto da virada nas duas últimas ondas.
Na que fechou com uma batida vertical na junção, de cabeça pra baixo, precisava de 7,88 pontos e ganhou 7,83. Na última, buscava 7,28 e levou 6,13, se despedindo da luta pelo bicampeonato na Califórnia por 15,10 a 15,06 pontos, quase um empate. Depois, Alejo usou a mesma tática de escolher bem as ondas no início da bateria para liquidar o australiano Bede Durbidge na terceira fase, com as notas 6,33 e 7,00 das duas primeiras que surfou.
BRASILEIROS NA ELITE – A vitória valia o 16.o lugar no Speed Ranking e o catarinense também se distanciou da zona de perigo da batalha pelas últimas vagas no grupo dos 22 que são mantidos na elite dos top-34 da ASP para o Dream Tour de 2013. O Brasil já tem garantidos o próprio Miguel Pupo e os também paulistas Adriano de Souza, Gabriel Medina e Filipe Toledo como uma das novidades confirmadas para o ano que vem.
Alejo e Heitor, em 21.o lugar, estão entre os 22 primeiros do WCT e os catarinenses Jean da Silva e Willian Cardoso se classificando pelo G-10 do ASP World Ranking. A Tríplice Coroa Havaiana vai definir a relação final dos dez indicados pelo ranking mundial unificado, que será encerrado junto com o do WCT no Billabong Pipeline Masters. Para os que não fazem parte da elite atual, como Jean e Willian, a decisão das suas classificações será nas duas etapas do ASP Prime que abrem a Tríplice Coroa em Haleiwa e Sunset Beach, na ilha de Oahu.
QUARTA FASE CLASSIFICATÓRIA– Vitória=Quartas de Final / 2.o e 3.o=Repescagem:
1.a: Gabriel Medina (BRA), Taj Burrow (AUS), Travis Logie (AFR)
2.a: Joel Parkinson (AUS), Alejo Muniz (BRA), Raoni Monteiro (BRA)
3.a: Kelly Slater (EUA), Michel Bourez (TAH), vencedor da 9.a bateria da 3.a fase
4.a: vencedores da 10.a, 11.a e 12.a baterias da 3.a fase
TERCEIRA FASE – Vitória=Quarta Fase / Derrota=13.o lugar – US$ 8.500 e 1.750 pontos:
1.a: Taj Burrow (AUS) 14.83 x 12.17 Jadson André (BRA)
2.a: Travis Logie (AFR) 14.67 x 11.13 Adrian Buchan (AUS)
3.a: Gabriel Medina (BRA) 16.53 x 14.77 Taylor Knox (EUA)
4.a: Raoni Monteiro (BRA) 11.10 x 10.23 Jordy Smith (AFR)
5.a: Alejo Muniz (BRA) 13.33 x 11.30 Bede Durbidge (AUS)
6.a: Joel Parkinson (AUS) 15.63 x 12.43 Nat Young (EUA)
7.a: Kelly Slater (EUA) 15.84 x 14.77 Dusty Payne (HAV)
8.a: Michel Bourez (TAH) 12.40 x 5.27 Kai Otton (AUS)
———ficaram para abrir a segunda-feira:
9.a: Jeremy Flores (FRA) x Yadin Nicol (AUS)
10: Owen Wright (AUS) x Matt Wilkinson (AUS)
11: C. J. Hobgood (EUA) x Damien Hobgood (EUA)
12: Adriano de Souza (BRA) x Patrick Gudauskas (EUA)
REPESCAGEM – SEGUNDA FASE – Vitória=Terceira Fase / Derrota=25.o lugar – US$ 7.000 e 500 pontos:
1.a: Kelly Slater (EUA) 11.20 x 9.40 Jason Collins (EUA)
2.a: Jadson André (BRA) 14.10 x 14.06 Mick Fanning (AUS)
3.a: Matt Wilkinson (AUS) 14.50 x 8.66 John John Florence (HAV)
4.a: Adriano de Souza (BRA) 13.43 x 11.50 Adam Melling (AUS)
5.a: Raoni Monteiro (BRA) 14.44 x 13.67 Julian Wilson (AUS)
6.a: Owen Wright (AUS) 10.63 x 8.27 Tiago Pires (PRT)
7.a: Damien Hobgood (EUA) 15.50 x 12.94 Josh Kerr (AUS)
8.a: Jeremy Flores (FRA) 13.47 x 12.53 Kolohe Andino (EUA)
9.a: Adrian Buchan (AUS) 18.33 x 12.60 Kieren Perrow (AUS)
10: C. J. Hobgood (EUA) 12.57 x 10.53 Heitor Alves (BRA)
11: Alejo Muniz (BRA) 15.10 x 15.06 Miguel Pupo (BRA)
12: Bede Durbidge (AUS) 13.40 x 9.07 Brett Simpson (EUA)

João Carvalho – Assessoria de Imprensa da ASP South America – joao@aspsouthamerica.com.br

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